Encontro do
Apostolado da Bênção- 12/02/14
18:00h - Santo Terço (com quem puder)
19:00h - Oração inicial –(Súplica ao
Espírito Santo)
Palavra de Deus- Proclamação/Meditação
Orante- (Ap 3, 14-22 )
19:30h - Formação
prática:
Nosso Discipulado continua crescendo, graças a
Deus! É hora de efetivarmos nossos ministérios e permitirmos que a graça de
Deus se torne cada vez mais abundante em nossas vidas e nas vidas daqueles que
nos foram confiados. É tempo de colheita e caso não estejamos atentos, podemos ficar
sem os frutos!
Estamos
encaminhado ao Apostolado da Bênção
Formações especificas/treinamento, que serão estudados nas segundas e
quartas semanas, conforme orientações para a caminhada dos Apostolados
especificos. Inicialmente, precisamos “ser” e “assumir” nossa vocação e missão.
Apropriar-nos daquilo que Deus tem confiado a nós. O Apostolado da Bênção, que
como já diz, é, e precisa ser uma Bênção na vida daqueles que no dia dia
convivemos e acompanhamos, precisa de nossa prontidão e eficácia. Isto exige de
nós um contínuo “Estar” aos pés de Cristo, bebendo em sua graça e na fonte que
é o DJC.
Fazendo uso do
meu Ministério de Conselheira Geral da Bênção reforço a importância deste
passo. O texto a seguir é o primeiro de uma sequência (em preparação) para a
formação especifica do Apostolado da Bênção. Este, em particular, é para o
fortalecimento pessoal do discípulo servidor.
Temos uma grande
responsabilidade. Antes do DJC confiar em você, pois ele o faz, Deus o fez
prioritariamente. “Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu quem escolhi
vocês e o destinei para ir e dar frutos e o fruto de vocês permaneça.”
Tibieza: a arma do
inferno
A vivência da Caminhada discipular tem por meta
“alcançar Jesus Cristo, visto que já fomos alcançados pela sua misericórdia,
como ensina o Apostolo Paulo : Não que eu já tenha conquistado o prêmio ou que
já tenha chegado a perfeição: apenas continuo correndo para conquistá-lo,
porque eu também fui conquistado por Jesus Cristo”. (Fl 3, 12-13).
Assim, o texto a seguir nos mostra o quanto
precisamos estar com os olhos fixos em Jesus, pois a glória da meta é a cruz do
caminho. Porque o discípulo não é maior que o mestre, e nós somos discípulos de
Cristo. Assim como devemos fazer a experiência de sermos atletas de cristo, vivendo
a experiência profunda de tudo colocar nas mãos d’Ele.Para isso, é preciso
estar vigilante e firmes na caminhada discipular.
É preocupante observarmos quantos tem ou já
abandonaram o Caminho, perdido o fervor, bem como, o grande esvaziamento
espiritual no mundo inteiro. O povo está caindo na indiferença religiosa. O
relacionamento com Deus tem se tornado fraco, principalmente por aqueles que já
O conhecem ou tiveram uma profunda experiência com Ele.
Um dos males que tem causado este afastamento é a chamada
tibieza, que em primeiro lugar é hesitação em responder ao amor de Deus. E se
diz ser também alguém de alma morna, fraca, preguiçosa, desanimada e sem
fervor… Esta “doença” traz sérias consequências, não só a nossa vida
espiritual, mas a todas as realidades de nossa existência. Ela é consequência
do pecado venial não combatido e desenvolve-se com facilidade nas almas que não
são amigas das renúncias, sacrifícios e orações, o que induzem muitos à uma
verdadeira prostração espiritual, ao desânimo desmedido para com as coisas de
Deus.
Veja o que nos diz o grande santo da Igreja, discípulo
de Jesus, Afonso de Ligório: “Há duas espécies de Tibieza, uma inevitável, e outra evitável. A tibieza inevitável é aquela da qual nem os santos estão livres.
Ela abrange todas as faltas cometidas sem plena liberação, mas só pela nossa fragilidades
humana: as distrações na oração, as perturbações interiores, as palavras
inúteis, a vã curiosidade, o desejo de se mostrar, o gosto no comer e no beber,
os movimentos de sensualidade não controlados prontamente, e tantos outros. A tibieza evitável é aquela que
impede nossa santificação: cometer pecados veniais refletidos, ou seja, pecados
cometidos de olhos abertos, que poderiam ser evitados em nossas vidas, com a
graça de Deus. Santa Tereza dizia: ‘Que Deus nos livre dos pecados deliberados,
por pequeno que seja!”
Assim, por exemplo, as mentiras voluntárias, as
pequenas murmurações, as imprecações, os ressentimentos, o caçoar do próximo,
as palavras picantes, a vaidade, as antipatias nutridas no coração, a afeição
desordenada a pessoas de outro sexo.’Esses pecados são como vermes que não se
deixam conhecer enquanto não roerem as virtudes em nós...Com as coisas pequenas
o demônio vai abrindo buracos onde entram coisas grandes’ ”.
Tudo isso permite-nos perceber que a tibieza é um
fermento do diabo, que quer arrastar todos para o inferno, a começar por
aqueles que estão na vida com Deus. E nesta investida, se não tomarmos cuidado,
o diabo vai vencendo, pois o tíbio, mesmo diante da Eucaristia, torna-se
insensível. O seu coração se fecha à ação do Espírito e o novo que Deus tem
para sua vida. De modo que acaba por tornar-se uma pessoa carrancuda,
mal-humorada, triste, insatisfeita, rancorosa, entristecendo-se com o progresso
espiritual do outro. Perde, de fato, o sentido da vida, e por fim tende a
abandonar tudo, todo progresso espiritual com Deus. Porém, vale ressaltar, se o
tíbio não abandonar tudo, vai fazendo com os outros, que estão na caminhada ou
na comunidade com ele, esfriar na fé também, tornando-se tíbios como ele.
Por isso, e cada vez mais se vê, muitos irmãos
deixando a Igreja, por falta de fervor e ardor na vida espiritual. Inclusive
alguns padres deixam o ministério, porque perderam o sentido da sua vocação,
deixando-se ser levados pela tibieza, esfriando na vida de oração, na
intimidade com Deus e, assim, muitos têm caído no sedentarismo, despencado no
ativismo e finalmente deixará tudo e tantas pessoas infelizes .” A vida vira
rotina quando não se faz mais as coisas com fervor. Perde-se a empolgação
missionária e o gosto de ser consagrado ao Senhor”.
A tibieza também tem destruído muitos grupos de
orações. É notório que muitos grupos perderam o essencial, que é a intimidade
com Deus, a vida no Espírito e o ardor na oração, deixando-se ser apenas
conduzidos pela razão humana afim de entender as coisas do Espírito. Outros
também foram atacados pela tibieza por causa da disputa por cargos, onde um
quer ser melhor que o outro, ou pela inveja que vai surgindo dos dons e
carismas confiados a Deus a cada um.
Notemos que numa das passagens biblicas o Senhor
faz uma advertência aos que são mornos: “Conheço a tua conduta. Não é frio, nem
quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, porque és morno, nem frio ou quente,
estou para vomitar-te de minha boca” (Ap 3,15-16). Vejamos bem: Oxalá fosses
frio!”? Sim. È melhor ser frio, isto é, despojado da graça de Deus do que ser
desleixado. È melhor ser frio, porque quem é frio pode mais facilmente
corrigir-se tocado pelo remorso da consciência, do que ser uma pessoa tíbia
espiritualmente. Estes acostumam-se a ficar dormindo nas suas faltas, não pensa
no seu mal, não pensa em se emendar, e assim a sua cura se torna quase
desesperada. São Gregório escreve: “a tibieza, que deixou o fervor, cai no desespero”.
Mas, uma vez entrando em um estado de tibieza, é
necessário buscar em Deus, sair desta situação, que humanamente é difícil, mas
não impossível. Com a graça de Deus e o auxílio do Espírito Santo, venceremos o
veneno que ela é. Para tanto, é preciso tomar consciência da nossa condição de
necessitados de uma renovação constante do Espírito Santo em nossa vida.
Claro, sair da tibieza não é fácil! É preciso ter
um esforço muito grande para estar na presença do Senhor, para rezar. Porque a
tibieza vem acompanhada de preguiça, desânimo, indisposição, insatisfação,
murmuração e se conformar com pouco. Ela insiste em nos amarrar aos pecados,
principalmente aos vícios veniais. Ela retira nossa força de lutar pra sermos
de Deus e superarmos nossos pecados e falhas e, assim nos acostumarmos com o
“feijão-com-arroz de todos os dias”, da vidinha de oração que temos
contendado-nos com o pouco, sabendo que Deus tem muito para nos ofertar.
Por isso, um passo fundamental é buscar uma vida no
Espirito. Entregar-se inteiramente à sua ação restauradora. Buscar ver as
coisas de Deus como novas, pois de fato o são. Não deixar que a rotina tomar
conta de nossas vidas. Prostar-se aos pés do Senhor, pois o clamor constante e
a abertura necessária à ação da graça farão de nós homens e mulheres
fervorosos, capacitados pelo Espírito a transbordar no mundo o amor infinito de
Deus. “O único remédio contra a tibieza é o Espírito Santo, porque não existe
verdadeiro fervor se não for inflamado pelo fogo do Espírito.” O pecado
endurece o coração e torna a pessoa indiferente a Deus. Já o Espírito nos
aponta as raízes do pecado, fortalece-nos para a batalha, fecunda em nós os
seus dons, purifica-nos, aquece e inflama o nosso ser”.
Se comparando o que o Senhor faz conosco, temos o
seguinte. O fogo quando atinge a lenha úmida, primeiramente a purifica,
tirando-lhe toda a umidade, para depois inflama-la continuamente até que ela se
torne totalmente incandescente. E, muitas vezes, o fogo da provação e da
correção na nossa vida, é justamente o Espirito Santo que esta nos preparando_
a nós que somos como esta madeira_ para vivermos totalmente tomados pelo Seu
fogo, para que tenhamos uma vida n’Ele( Espírito Santo).
Olhemos para os apóstolos antes de Pentecostes:
eram tíbios, incapazes de vigiar uma hora, discutiam sempre sobre quem seria o
maior, ficavam espantados diante de qualquer ameaça. Depois que o Espírito veio
sobre eles como línguas de fogo, tornaram-se a imagem viva do zelo, do fervor e
da coragem. Fervorosos no pregar, no louvar a Deus, no fundar e organizar as
Igrejas e, enfim, no sacrificar a vida por Cristo.
Num dos artigos que li, o autor citava que “Cirilo
de Jerusalém um dia escreveu: “Os apóstolos receberam o fogo que queima os
espinhos dos pecados e dá esplendor à alma”, e um escritor medieval continuou:
“O Paráclito que, em línguas de fogo, desceu sobre os apóstolos e os
discípulos, desce também sobre nós como fogo: para queimar e destruir a culpa,
para purificar a natureza, para consolidar e aperfeiçoar a graça, para expulsar
a preguiça de nossa tibieza e acender em nós o fervor do seu amor” (Hermann de
Runa, Sermões Festivos, 31). ( Fonte: Canção Nova)
Muitos santos passaram por um longo período de
tibieza, mas nenhum deles foi santo sem ter sido encharcado, queimado,
transformado pelo poder e ação viva do Espírito Santo. “Passei nesse mar
tempestuoso quase vinte anos, ora caindo ora levantando. Mas levantava-me mal,
pois tornava a cair. Tinha tão pouca perfeição que, por assim dizer, nenhuma
conta fazia de pecados veniais. Se temia os mortais não era a ponto de me
afastar dos perigos. Sei dizer que é uma das vidas mais penosas que se possa
imaginar. Nem me alegrava em Deus, nem achava felicidade no mundo. Em meio aos
contentamentos mundanos, a lembrança do que devia a Deus me atormentava. Quando
estava com Deus, perturbavam-me as afeições do mundo” (Santa Teresa de Jesus).
No entanto, Teresa nunca deixou de rezar!
Por estas razões, se quisermos resistir a este mal
que nos afasta de Deus, precisamos redobrar nossa atenção e nos esforçar para
ter vontade de rezar. Ter uma vida no Espírito; suplicar o dom de línguas, arma
eficaz contra os males da alma “O Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza,
pois nem sabemos o que convém pedir; mas o próprio Espírito intercede por nós
com gemidos inefáveis”(Rm 8, !4-27); Buscar todo o ardor que provém no Espírito.
Ele nos devolve o ânimo espiritual, o fervor e a alegria de ser de Deus. “por
isso, quero exortar-te a reavivar o carisma que Deus te concedeu pela imposição
de minhas mãos. Pois Deus não nos deu um Espírito de covardia, mas de força, de
amor e de moderação” (2 tm 1, 6-7).
Esforçar-nos em tudo, é a ordem, mas principalmente
voltar ao primeiro amor, viver como se fosse a primeira vez que esta
encontrando com o Senhor: ” Mas há uma coisa que eu reprovo: você abandonou seu
primeiro amor. Preste atenção:repare onde você caiu. Converta-se e retorne o
caminho da antes ”. (Ap 2, 4-5a)
Pelo visto, já temos antídotos suficientes para ir
travando a batalha e da a Deus, só a Ele , nossa vitória.Porém, quero ressaltar
aqui outros pontos que nos são orientados por Santo Afonso de Ligório, que
conforme ele escreve, são meios para deixar a tibieza e caminhar na perfeição.
Vejamos:
1- o desejo
de perfeição: os santos desejos são asas que nos fazem voar da terra. Ele
nos dá força para caminhar na perfeição, nos faz progredir na caminhada para
avançar para Deus; Santa Teresa sobre isso dizia que “os nossos pensamentos
sejam grandes, porque deles nascem nosso bem... É preciso não diminuir os
nossos desejos, mas confiar em Deus; esforçando-nos, chegaremos pouco a pouco
até onde os santos chegaram com a graça de Deus”.
2- a decisão
de ser de Deus: dar-se todo a Deus. E, São Francisco de Sales fala: “é
preciso começar com uma grande e firme resolução de dar-se inteiramente a Deus,
prometendo-Lhe que queremos pertencer a Ele para sempre, sem nenhuma reserva”;
3- a
meditação: a razão é que, sem meditação, não há luz e se caminha na
escuridão. A meditação é a fornalha onde se acende e se conserva o fogo do amor
a Deus. Santa Catarina de Bolonha diz: “Quem não medita muito, fica sem o laço
de união com Deus. Nessa situação não será difícil para o demônio, encontrando
a pessoa fria no amor de Deus, levá-la a se alimentar com uma fruta
envenenada”;
4- a
comunhão frequente: as pessoas que comungam frequentemente avançam na vida
espiritual , no amor a Jesus Cristo e é destruída dentro de si a tibieza;
5- a oração: Deus nos faz conhecer, pela oração, o
grande amor que nos tem.Por isso ela se torna poderosa junto de Deus para nos
alcançar todos os bens; afastar-nos das tentações, resistirmos ao pecado e para
alcançarmos a graça da perseverança final, isto é, de morrer na amizade de
Deus.
Estes pontos estão concatenados com nossa missão
discipular e servem também de bússola neste seguimento. Lembro ainda que o
remédio para a tibieza não é a somente o fervor, mas sim, o próprio Espírito
Santo, que é o remédio para ela e para nosso desânimo. Só o fervor seria como
dizer a um doente que o remédio para ele é a saúde, ignorando que este é o seu
problema: a falta de saúde.
Deste modo, outro ponto de suma importância, são os
nossos Estatutos, firme referência de seguimento, zelo e cuidado para não
sermos derrotados por esta arma do demônio. Nossa MOPD diária é escudo, é
armadura, e proteção. È intimidade, profundidade, é encontro como o amor
generoso e cuidadoso do Senhor. Se a ele nos apegarmos, bem como a nossa
disciplina, não será encontrado em nós frieza, mas discípulos fervorosos,
amorosos e cheios do Espírito santo no assumir de nossa missão de sermos canais
da Bênção de Deus, enquanto somos e formamos novos discipulos para Jesus.
Por isso precisamos viver constantemente um Santo
Pentecostes. Quando invocamos o Espirito Santo, Clamamos: “Vinde Espirito
Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso
amor”, e ainda: “aquece o que esta frio”, nossos ossos secos, nossa esperança
morta (Ez 37)retornarão a vida por meio da poderosa ação do Espirito Santo e
então, sairemios de nossos túmulos e seremos um verdadeiro exército em ordem de
batalha.
20:40h – Caminhada Discipular (Avisos,
Aniversariantes, etc)
21:00h – Despedida e encerramento
Mãos e corações á obra, discípulos de Jesus!
Leila Lemos
Conselheira Geral do Apostolado da Bênção