Formação de Ministério de Pregação

 



FORMAÇÃO PARA MINISTÉRIO DE PREGAÇÃO


“Logo, a fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da palavra de Cristo” (Romanos 10, 17).

O Ministério de Pregação visa formar e capacitar pregadores, quer seja aquela pessoa que jamais pregou, quer seja o pregador experiente que deseja aperfeiçoar-se a fim de atingir com eficácia os objetivos do carisma da pregação. Com os cursos de pregação os pregadores recebem capacitação para pregarem em todos os encontros (nas reuniões, nos encontros de oração da semana, nos eventos abertos, nos retiros, congressos, Reavivamentos, nos grupos de evangelização, nos aprofundamentos etc). Também precisam ser capacitados a ministrarem ensinos onde se fizer necessário. Quem prega a Palavra de Deus precisa se aprofundar em seu ministério para melhor servir a Jesus e a comunidade.


OBJETIVO DO MINISTÉRIO DE PREGAÇÃO


Com o objetivo de propagar o amor de Deus, o Ministério de Pregação possui uma grande missão dentro da casa comunidade. É o ministério responsável por formar e orientar as pessoas que sentem o chamado de anunciar e propagar o evangelho de Deus para os quatros cantos do mundo. Celebrando, na vivência do batismo e no derramamento dos dons do Espírito Santo, os pregadores precisam estar em constante formação, para que seja pregado, de fato, o mais verdadeiro e puro sentimento de Deus sobre a sua Igreja.

O tripé do Ministério de Pregação é: oração, formação e missão! Temos como missão, tornar o nome de Jesus conhecido e amado! Propagar a cultura de Pentecostes na conumidade, no Grupo de Oração aberto, levar as pessoas ao encontro pessoal com Jesus, orar, testemunhar e formar verdadeiros servos, ministros e novos Pregadores para essa graça de Deus que é a comunidade.


O QUE É PRECISO PARA SER UM BOM PREGADOR?


Algumas pessoas me procuram dizendo que se sentem chamadas a pregar e querem saber o que é preciso para se preparar bem para essa missão.

Vou colocar aqui algumas sugestões que me ajudam na missão de pregar e escrever. Antes de tudo, esse é um belo chamado de Deus, especialmente para aqueles que receberam a graça de saber se expressar bem, o dom da pregação. Digo isso em relação à pregação para o público; todos são chamados a difundir o Evangelho, ainda que não seja para grupos de pessoas e auditórios. “Ai de mim se eu não evangelizar!” (1 Cor 9,16).

1. Cuidar bem da vida espiritual

O pregador precisa ter uma vida de oração contínua, ter comunhão com Deus. pois Jesus disse: “Sem Mim nada podeis fazer” (João 15,5); muito menos em se tratando de levar as pessoas a Deus. Sem vida de oração, sem vida na graça não é possível ser bom pregador, ou seja, transmitir aos outros “O que Deus quer”. Santo Agostinho ja dizia: “falar com Deus, mais do que falar de Deus”. A pregação de quem não ora, é vazia, é seca, sem sabor, não toca as pessoas. Na pregação temos de passar aos outros “aquilo que recebemos de Deus e o exprerimentamos na oração”; e isso só e possível com uma profunda intimidade com Deus, ou seja, na vida sacramental (Eucaristia e Confissão frequentes), na meditação da Palavra de Deus diária, na caminhada semanal da comunidade, na leitura de bons livros espirituais, etc...

2. Cuidado com seu comportamento

O contra testemunho decepciona por demais as pessoas. Papa Paulo VI disse que “o mundo quer mais testemunhas do que mestres”. A luta contra todo tipo de pecado deve ser uma preocupação permanente e diária de um ministro de pregação. O pregado precisa saber que está a serviço de Cristo e da Igreja, sua responsabilidade é grande, muito grande. “Vigiai e orai, porque o espírito é forte, mas a carne é fraca”; também a do pregador. Mas, somos pecadores; nem por isso o pregador deve deixar de pregar por causa de seus pecados; de suas falhas, a menos que seja algo muito grave e que se tornou um pecado não confessado, um contra testemunho muito sério para as pessoas. Se cair, levante-se imediatamente, se limpe em Jesus e continue a caminhada com Deus e para Deus. Deixar a pregação por causa dos pecados pode ser uma tentação.

3. Buscar continuamente a santidade

O Papa João Paulo II disse que “a santidade é a força mais poderosa para levar Cristo às pessoas”. Os santos abalaram o mundo, e a maioria deles sem usar avião, carro, computador, microfone e, celular. Basta olhar para os exemplos de São Francisco, Santo Inácio de Loyola, São João Bosco, Santa Teresa, Santa Teresinha, São João Vianney... abalaram o mundo pela força da sua santidade. Estou convencido de que em primeiro lugar o pregador deve buscar a santidade. Se ele fizer isso, Deus vai capacitar mais e mais e chamá-lo para muitas e ousadas missões, sem ele precisar se oferecer para isso. Deus disse a Abrão: “Anda na minha presença e sê integro” (Gen 17,1). De nada adianta um bom microfone valioso, melhores equipamentos ao seu dispor, sem que haja por trás alguém que busque a santidade e que a comunidade e o povo sinta o reflexo da santidade na pessoa do pregador. Deus de fato usa os pregadores que buscam a santidade. Daí a importância e necessidade do pregador se examinar continuamente e se confessar sempre.

Bem nos lembrava São Francisco de Assis que dizia: “Pregue o evangelho em todo tempo, se necessário use palavras”. Ou seja, mais do que pregar com palavras, o principal é pregar com a vida!

4. Trabalhar com “reta intenção”

Pregar por amor a Jesus e pela salvação das almas; isto é, só por Jesus, nada mais. A motivação do pregador deve ser a mesma de Jesus: ir buscar as ovelhas perdidas, enfaixar a de perna quebrada, sarar as de coração doente e alma doente, porque no Céu a mais alegria por um pecador que se converte do que por 99 convertidos. Essa é a mola propulsora da evangelização.

Como disse São Paulo: “Tudo o que fizerdes, fazei de bom coração, como para o Senhor e não para os homens, certos de que recebereis a recompensa das mãos do Senhor. Servi a Cristo Senhor” (Col 3, 17.23).

É um grande perigo, uma cilada até do inimigo, deixar-se levar pelos aplausos, honrarias deste mundo e pelas recompensas. A Palavra de Deus diz que: o trabalhador tem direito ao salário; mas o pregador que é consagrado não, pois “ele vive do Evangelho”, e que algum que não tenha outro rendimento, deve receber somente o necessário para as suas necessidades e de sua família; mas os outros não devem exigir nada além das despesas da própria missão (transporte, alimentação, etc.). “Dai de graça o que recebestes de graça” (Mt 10,10). A comunidade que chama um pregador pra pregar a Palavra de Deus, conhecedora de sua necessidade, ela mesma ajuda de alguma forma.

5. Priorizar as pregações

Quando as solicitações para pregações são muitas, então, será necessário estabelecer um critério para atender aos pedidos mais necessários, que mais necessitam de uma evangelização. Não é apenas o número de ouvintes que mais importa, mas a necessidade das pessoas. Jesus trabalhou mais tempo com doze discípulos, e mais os 72 que enviou dois a dois; mas não deixava de pregar para as multidões. Às vezes um grupo menor produz mais resultado que um grupo grande. É uma tentação e um risco muito grande deixar de pregar para pequenos grupos nem que seja uma pregação mais interna só para os irmãos da comunidade, do ministério.

6. Pregar em nome de Cristo e da Igreja

O pregador não é e nem deve ser autônomo; ele é obrigado a pregar segundo o que ensina o Sagrado Magistério da Igreja. Para isso, deve observar criteriosamente o que a Igreja ensina, no Catecismo e nos documentos, sobre o tema que vai pregar. O Magistério explica a Bíblia, que nem sempre é fácil de ser entendida. O pregador não pode proibir o que a Igreja não proíbe; não pode aprovar o que a Igreja não aprova; não pode ensinar o que a Igreja não ensina, e não pode querer saber o que a Igreja não sabe. É um perigo espiritual. Ele não pode discordar nunca de um ensinamento da Igreja. Limite-se somente a ensinar o que a Igreja sabe e ensina. “A salvação está na verdade” (n. 851), diz o Catecismo. Para ser preparado, o pregador tem o dever de estudar sempre. Toda pregação por mais simples que seja precisa ser estudada, rezandda, fundamentada no que a Igreja orienta e ensina. Conhecer bem os dogmas da fé, as verdades sobre os sacramentos, a moral católica, etc...

O pregador não pode jamais querer pregar pra agradar as pessoas, um grupinho, apenas afetivamente com a pregação, mas deve leva-las a meditar com profundidade na sua vida espiritual, a uma mudança de vida,, ... isso que se chama de “pregação querigmática". Uma dose adequada de sensibilidade é conveniente, mas a conversão não pode ser buscada só por esse caminho. As pessoas imaturas na fé buscam a emotividade espiritual, então, o pregador não pode se perder nisso. Ajuda muito a pregação, os bons livros, sobre o que a Igreja ensina e direciona, sobre os escritos dos santos, e o estudo de suas vidas.

7. Preparar bem a pregação

Antes de tudo colocar-se em oração e pedir a luz do Espírito Santo para ser assistido e guiado na pregação; “ouvir a moção interior do Espírito Santo” sobre o assunto a pregar. Em seguida, preparar a pregação usando a Bíblia, o Catecismo, os livros, os documentos, etc.

A pregação deve ser clara, profunda e seguir uma sequência que vá aos poucos tornando mais fácil o entendimento da matéria que se deseja ensinar. Pode-se seguir um esquema escrito, mas sem se prender muito ao papel e à leitura para não cansar os ouvintes. A pregação não pode haver repetições de palavras e nem prolongada demais para não se tornar enfadonha. A doutrina explanada sobre um assunto deve ser bem exemplificada sem exageros, sempre que possível com exemplos concretos e que sirvam de esclarecimento sobre o tema abordado. O uso de parábolas, como o nosso mestre Jesus fazia, de histórias adequadas, ajuda muito o entendimento melhor do assunto, tirando-se delas lições importantes.

8. Consagrar-se a Deus, aos anjos e aos santos

A pregação visa a mudança de comportamento dos ouvintes segundo o Evangelho. Claramente, o Inimigo de Deus e nosso, não fica satisfeito com isso, e de muitas formas tenta atrapalhar a vida do pregador e a pregação. Portanto, o pregador deve estar sempre em alerta, vigilante, se consagrar a Santíssima Trindade, e se recomendar à Virgem Maria, aos anjos e santos. E não deve temer pelo trabalho a executar, e nem temer o que o Mal possa querer fazer. Nada ele pode fazer sem o consentimento de Deus. Jesus disse: “Eis que Eu estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20). Ele é a segurança do pregador. Se você se preparou e rezou, tenha plena confiança de que a pregação será frutuosa.

Nos meus 45 anos de pregador, desde a juventude, nunca vi um Encontro de oração bem preparado dar errado, não ser bem concluído e não dar fruto. Tudo bem preparado, organizado e rezado com muita antecedência da certo e gera muitos frutos. A mesma coisa posso dizer das pregações. A obra é de Jesus, Ele cuida bem dela. A Igreja tem o hábito de terminar as pregações sempre invocando a Virgem Maria e suas virtudes.

9. O tema da pregação

Este deve ser fornecido, em princípio, por quem a solicita, dentro de um programa a ser cumprido. Se for dado ao pregador a escolha do tema, ele deve ouvir as pessoas que o solicitaram para saber da necessidade espiritual do grupo para o qual vai pregar. Se isso não for possível, peça ao Espírito Santo que o ilumine para escolher o tema.

Conheça para quem você vai pregar, o nível intelectual das pessoas, as maiores necessidades espirituais, e use os recursos adequados a cada auditório e local (microfone, data show, slides, música, encenação, etc.). é muito importante escolher bem esses recursos e prepara-los bem. Todo pregador precisa conhecer através de quem o chama a pregar, as ovelhas para quem irá pregar. Quando a pregação é realizanda para um povo que o pregador conhece sua cultura já ajuda e muito.

10. Saiba ouvir as críticas construtivas

O pregador pode errar em alguma afirmação; eu já errei várias vezes. E o seu compromisso não pode ser consigo, mas com a verdade ensinada pela Igreja. “A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3,15). Então, devemos dar graças a Deus quando alguém nos corrige; não podemos ficar magoados ou feridos. Não, confira se foi erro mesmo e faça a correção como for possível. A observação dos irmãos é valida, nos ajuda na vida de pregador; eles nos incentivam, comprovam o bom trabalho, etc. pois quem confirma, aprova e certifica se a pessoa tem de fato o carisma é a própria comunidade.

Prof. Felipe Aquino