Abordaremos esse assunto no sentido de corrigirmos o que por muitos
anos, alguns participantes do “Ministério de Oração por Cura e Libertação” se
inclinou de maneira subjetiva a orar com a imposição de mãos como se fosse uma
mística o que não é o ensinamento da Igreja Católica e nem da RCC, temos
direcionamentos católicos importantes, que afirmam que podemos ”sim” impor as
mãos e não existe nenhuma restrição quanto a esse ato, mas se impormos não quer
dizer que a cura acontecerá por essa imposição de mãos, não se trata de uma
oração em ação, mas de um gesto que podemos entender como “solidário”, o
importante é orar com fé para que se alcance as curas, não queremos de forma
alguma criar uma regra de conduta, mas sim esclarecer, precisamos retirar a
mentalidade supersticiosa quanto ao uso indiscriminado e não consciente do
gesto de impor as mãos durante os momentos de oração por cura e libertação. De
fato, o poder não está nas mãos de quem ora, mas naquele (Jesus) a quem se
destina a oração.
Podemos sim entender que, aqui ressalta a importância do MOCL, de
levarmos a pessoa a Jesus Cristo, sabendo que ele é o doador da cura, podemos
impor as mãos, mas sê colocamos nos ombros, ou seguramos alguém pelas mãos o
resultado final é o mesmo, não é pela imposição das mãos, mas sim pela oração.
Vale ressaltar que as pessoas que recebem a oração, no momento em que o
ministro impõe as mãos ela se sente acolhida, protegida e cause um bem estar ao
sofrimento da enfermidade, mas é através da oração que se obtém a cura necessária.
Apresentar essa novidade do ministério, ou seja, ganhar consciência e
maturidade de que nossa oração está centrada e orientada a Jesus e Ele é quem
estará atuando, tirando assim todo o misticismo ilusório de que “são nossas
mãos ou nós mesmos quem curamos”. Nesse sentido, a oração por cura e libertação
ganha o seu sentido mais profundo: oração de intercessão dirigida a Jesus por
alguém necessitado! Com isso, o “ministro” assume o seu verdadeiro papel de
instrumento da misericórdia de Deus, evitando-se a interpretação de que o poder
vem “das mãos de um determinado ministro”, quando na verdade sabemos vir das
mãos do próprio Jesus.
É importante o ministro ter em mente que o dom pertence ao seu doador,
ou seja, ao Espírito Santo, e que este, de maneira especial tem derramando seus
dons para o benefício comum, as curas por sua vez podem ocorrer em qualquer
momento, pois Deus age como quer, quando quer e na hora em que quiser. Às vezes
ocorrem curas sem que ninguém as peça, em um momento de louvor, por exemplo.
Não são poucos os testemunhos de irmãos curados durante as reuniões de oração
carismática, e sem que haja uma oração direta de algum servo para o
restabelecimento de sua saúde.
Nos dias atuais, o povo aguarda que o poder de Deus se manifeste em
nossas reuniões de orações, e para que isso ocorra de fato, precisamos aprender
a “Orar” para que haja mais unção carismática de cura e libertação, essa é a
nossa principal ferramenta de trabalho, embora sejamos pequenos e fracos,
devemos sempre estar abertos ao presente mover do Espírito Santo que conhecendo
melhor nossas realidades, possa nos ajudar.
Tomemos como base o texto (Conf. Mc 16,14-17)
“Por fim apareceu aos onze, quando estavam sentados à mesa, e
censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, por não acreditarem nos que
o tinham visto ressuscitado. E disse-lhes: “Ide por todo o mundo e pregai o
evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não
crer será condenado. “Estes milagres acompanharão os que crerem: explusarão os
demônios em meu nome, falarão novas línguas, manusearão serpentes e, se beberem
algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles
ficarão curados.”
Esse texto exige de nós uma reflexão madura sobre o assunto, na verdade
o contexto em que Jesus fala revela uma reunião com os onze apóstolos, o que
supõe uma palavra direcionada aos apóstolos e portanto ao “ministério
ordenado”, na linguagem de hoje. No entanto, isto não se aplica de modo
exclusivo, afinal, numa exegese minuciosa do texto percebemos a seguinte
introdução: “Estes milagres acompanharão os que creem.” (v. 17), o que
significa dizer que a condição para impor as mãos não é exclusivamente ser
sacerdote, mas crer. Aliás, isso ajuda a ratificar a orientação do ministério
quando afirma que de nada adiantaria o impor as mãos sem a oração, ou seja, sem
crer.
Temos no Novo Testamento uma variedade de textos que fundamentam a
possibilidade dos leigos imporem as mãos como gesto de intercessão “não
sacramental”. Um importante texto com todas essas orientações encontram-se no
livro Seminário sobre Batismo no Espírito Santo, do Grupo de Reflexão Teológico
Pastoral – RCCBRASIL, p.74-81.
Não existe por parte da RCC nenhuma restrição ao uso do gesto de
imposição das mãos, guardada as devidas diferenciações e orientações acima
expressas. Não obstante, solicitamos que esse gesto, quando utilizado, seja
realizado de forma consciente – como ato de misericórdia e solidariedade – e
não como gesto que tenha algum “efeito mágico”, e que possa expressar verdadeiramente
“oração em ação”, comparável a muitas práticas bem estabelecidas na Tradição
apostólica, como a do sinal da cruz ou da genuflexão. ( Batismo no Espírito
Santo, do Grupo de Reflexão Teológico Pastoral – RCCBRASIL, p.74-81.)
A imposição das mãos pode trazer alguns benefícios para quem está
recebendo a oração intercessora de cura e libertação, aquele que recebe
sente-se amparado e acolhido ao receber esse tipo de oração, quando colocamos
levemente as mãos sobre os ombros a pessoa passa a sentir solidarizada por essa
acolhida, mas não podemos confundir esse gesto como uma mística de cura, da
mesma maneira a maneira pela qual as pessoas usam os sacramentais, fazem parte
de nossa tradição católica, é legítimo o seu uso, mas desde que sabemos com quem
e como estamos fazendo o seu uso, para evitar dessa maneira também aqui o “uso
indiscriminado”, devemos nos apoiar numa vida de santidade e com muita
simplicidade levarmos as pessoas até Jesus, Ele que é o doador dessas graças e
milagres em nossas orações carismáticas.
O Apego a essa imposição e sacramentais, reduziria o sentido de oração,
pois em muitos casos somos chamados a orar por pessoas que estão distantes do
lugar onde estamos, existem vários textos que podemos refletir, mas peço que
observe o texto bíblico (ver. Centurião) nesse caso, Jesus orou a distância sem
a pessoa estar em sua presença, muitos poderiam questionar por se tratar de
Jesus e não de um ministeriado, analisando minuciosamente podemos concluir:
“Estes milagres acompanharão os que crerem” (ver. 17) aqui encontramos o
sentido da palavra, temos condições de orar de maneira intercessória por cura e
libertação, estando à pessoa presente ou não, pois Aquele que cura é o mesmo, o
Senhor Jesus. Há muitos ministérios de pessoas que oram a distância, sem a imposição
de mãos, é o caso da Irmã Briege Mackenna que há décadas se dedica a orar por
telefone, o ministério da Tia Laura de Lorena-SP, em seu ministério orou mais
por telefone do que pessoalmente, e raramente se via impondo as mãos, não
que ela não o fizesse, mas ela já havia tido a compreensão e portanto as
suas orações de cura,
era lendo a Bíblia Sagrada e orando a oração do Pai Nosso, que é uma
oração de intercessão!
Podemos então impor as mãos, sim podemos! Mas não podemos
nos apoiar que a nossa imposição de mãos realiza curas e milagres, nós apenas
impomos de maneira a acolher fraternalmente essa pessoa.
Gostaria muito de receber suas considerações... ficarei aguardando!
Um grande abraço fraterno.
MARCELO MARANGON