A oração é a Saúde da Alma e do Corpo.
Palavra de Deus
Mateus 26,41,46
Não me considero nenhum mestre de oração, pois não existem escolas ou mestrados em oração. Ninguém recebe o diploma na arte de dialogar e amar a Deus sobre todas as coisas; é um caminho que se faz ao longo de toda a vida, sempre com o perigo de voltar atrás, se não vigiamos constantemente sobre nós mesmos.
É bom desconfiar dos métodos fáceis e baratos em todas as áreas: "Aprenda inglês em 15 dias e sem esforço"; "Seja artista numa semana"; "Emagreça 10 kg em um mês comendo de tudo e sem exercícios físicos"; "Toque violão em três dias"... são todos anúncios "enganosos" que deveriam ser proibidos porque não correspondem à realidade. Tudo o que é belo, duradouro e transformador exige muito tempo e, principalmente, a fidelidade no exercício para não esmorecer no caminho.
A oração é a atividade mais fácil e mais difícil ao mesmo tempo. Trata-se de conscientizar-se de sua importância e levar a sério o exercício de rezar, não aleatoriamente, de vez em quando, quando nos sentimos bem, ou temos necessidade, mas sempre. É o mesmo Jesus quem nos recorda estes princípios básicos: "Rezai sem cessar para não cairdes em tentação" (Mt 26,41), ou o apóstolo Paulo que repete como um eco as mesmas palavras do Mestre: "Orai sem cessar" (1Ts 5,17).
Quem descobre os benefícios da oração vai se tornar orante e vai ser fiel em cada momento da vida. Devemos evitar, a todo custo, sermos "rezadores", preocupados com a quantidade de "orações" que todos os dias vêm determinadas e em momentos da vida as pronunciamos, e fazermos o esforço para sermos "orantes", isto é, pessoas que fazem da oração sua própria identidade, um estilo de vida; que encontram nesse exercício cotidiano, o caminho do próprio bem-estar espiritual-físico, o próprio equilíbrio emocional. É a forma de viver uma vida "estável" emocionalmente em todos as situações que aconteçam, porque criam dentro de si o hábito da fé e a certeza de que Deus-amor não pode faltar nas Suas promessas. As convicções não se assumem porque os outros falam da beleza e da necessidade de uma determinada coisa, mas pela experiência própria; são o alicerce que cada um decide ter e sobre o qual construir a própria vida. Quem muda continuamente de alicerce acaba não construindo a casa, e corre o risco de ver a sua casa ruir.
Não são aqueles que dizem Senhor, Senhor, que entrarão no Reino dos céus, mas aquele que escuta e pratica as minhas palavras... Quem escuta e pratica a minha palavra é como quem constrói a sua casa sobre a rocha..." (Mt 7). O fundamento e o cume de todo diálogo com o Pai é Jesus. É a Ele que devemos buscar como único Mestre, que teve a ousadia de ensinar para nós como devemos rezar: "Quando rezardes dizei: ‘Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixei cair em tentação mas livrai-nos do mal’." (Lc 11,2-4).
Contemplar Jesus! Será Ele o ORANTE, será o nosso caminho que percorreremos ao longo deste ano: Jesus que reza, ensina a rezar e intercede por nós. Na pessoa do Verbo encarnado se resume todo o drama da oração humana desde todos os tempos. Ele é o único que podemos e devemos chamar de "Mestre de oração".
A geografia da oração
Quando achava orgulhosamente que eu poderia ser "teólogo", colocava-me uma pergunta angustiante e ao mesmo tempo soberba: "Para que serve ficar diante de Deus em silêncio, suplicando pelos problemas dos outros e meus, quando ao meu lado o mundo pega fogo, os homens passam fome, a injustiça vai aumentando e o mal avançando? Para que desperdiçar tempo precioso em "cânticos, orações, adorações" se é necessário agir, fazer algo para melhorar um pouco o mundo em que vivemos?" Estas perguntas e outras semelhantes sempre estiveram presentes e sempre existirão. Delas ninguém escapa. Mais cedo ou mais tarde, na confrontação conosco mesmos, assalta-nos a tentação da inutilidade da oração e queremos justificar tudo com o FAZER, embora defendamos a importância do SER.
nenhuma religião, nenhum Deus se fez "carne" para estar com a humanidade dia e noite e fixar sua morada entre nós. A oração se entende a partir da perspectiva: a) da riqueza de Deus e da pobreza humana; b) da "pobreza" de Deus e da riqueza humana. Uma pobreza divina que é extrema riqueza vem a nós, dando-se sem se esgotar e doando-se sem diminuir.
numa de suas poesias, sintetizar toda a sua teologia experiencial do desejo e da busca:
"Nada te perturbe.
Nada te espante.
Tudo passa.
Deus não muda.
Quem a Deus tem nada lhe falta.
Só Deus basta."
O que muitas vezes nos afasta da oração na vida é não fazer de Deus o centro de nossa existência e buscar só a Ele e nada mais. Iniciar o caminho da oração é ter uma "determinada determinação" que não pode ser colocada em discussão por nada. Não importam os gostos, as consolações. "A minha única consolação é não ter consolação", escreve Santa Teresinha do Menino Jesus. A oração não pode faltar na nossa vida se queremos chegar a uma harmonia interior. Temos à nossa disposição este caminho: o caminho do encontro e do amor pleno de um Deus que vem ao nosso encontro. Vamos iniciar o caminho!
Tente responder, com sinceridade e no íntimo do sacrário de sua consciência, a estas três perguntas:
1 - Deus – Trindade de amor: Pai, Filho e Espírito Santo – é o centro de minha vida, tudo dele procede e tudo a Ele volta?
2 - Que lugar ocupa a oração em minha vida; quanto tempo dedico por dia a este encontro amoroso com Deus?
3 - Por que rezo? Estou convencido de que a oração é a saúde de minha vida espiritual, humana e psicológica?
Fixemos o nosso olhar em Cristo Jesus, amigo e companheiro! Nele encontraremos todas as delícias de nossa vida. Ele é a fonte e o caminho de nossa oração.
Att Conselheira Geral do Apostolado da Benção.
Maria Daniele
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